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RESUMO:

A pesquisa tem por objetivo discutir, a partir de perspectivas e preocupações ecocríticas, a questão da violência nas relações entre humanos e outros-que-humanos (não humanos) na obra Um velho que lia romances de amor (1993) de Luis Sepúlveda. Para tanto, busca-se dialogar com obras relacionadas à temática ambiental, demonstrando como o autor critica, em maior ou menor medida, a invasão e destruição da floresta Amazônica Equatorial, ao mesmo tempo que coloca em relevo as relações entre humanos e outros-que-humanos no interior do espaço narrativo. Complementarmente, retoma-se a ironia como uma das formas de crítica à razão moderna e ao antropocentrismo, compreendidos como motores da colonização e propulsores da violência socioambiental, com ênfase especial para os aspectos da colonização da Amazônia presentes na obra. O método utilizado na pesquisa foi o bibliográfico, utilizando obras como Poéticas do espaço literário (2009), de Oziris Borges Filho no que diz respeito à abordagem do espaço na narrativa; Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos (1985) dos filósofos Theodor W. Adorno e Max Horkheimer, e Sobre verdade e a mentira no sentido extramoral (1999), de Friedrich Nietzsche, para discutir e criticar a razão e o antropocentrismo; e os artigos A ironia como fenômeno linguístico-argumentativo (1995) e A ironia como estratégia comunicativa e argumentativa (2014), da autora Ida Lúcia Machado, para compreensão do papel da ironia na literatura.  Para a construção da perspectiva ecocrítica, ângulo sob o qual se move a pesquisa, foi utilizado o livro Ecocrítica (2006) de Greg Garrard, assim como a obra A nova ordem ecológica: a árvore, o animal e o homem (2009) de Luc Ferry. Por fim, para refletir sobre a colonização da Amazônia e identificá-la em momentos narrativos, a pesquisa lançou mão da obra História da Amazônia: do período pré-colombiano aos desafios do século XXI (2019), de Márcio Souza.